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Escola Secundária José Saramago - Mafra

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O NÍVEL (IDEAL) DO LIVRO


Imagem daqui.




«Por trás do processo contínuo de decaimento no nível dos livros de texto, que testemunhamos nas últimas décadas, está a idéia de que todos os alunos, ou pelo menos a maioria deles, devam ser capazes de entender todos os tópicos do livro de texto. Trata-se de um grande equívoco. O nível ideal do livro deve estar um pouco acima da capacidade do aluno típico. Sua compreensão parcial de um texto um pouco mais profundo é certamente mais valiosa do que a compreensão de um texto elementar. Isto porque, exceto para pessoas intelectualmente muito bem-dotadas, os conceitos mais refinados da física e da matemática só são assimilados após um certo tempo de "convivência" com eles. Assim o contato precoce com as subtilezas dos conceitos sempre antecipa o amadurecimento do estudante. O aluno que estudou física básica em um livro conceitualmente mais profundo irá quase certamente demonstrar maior aproveitamento nos cursos mais avançados, que encontrará a partir do terceiro ano do curso universitário. É como na música: se você ouviu Mozart aos dez anos, irá apreciá-lo enormemente aos vinte. Essas últimas considerações levam-nos também a concluir que os exames de avaliação dos alunos devem ficar um pouco abaixo do nível praticado no ensino, e do aluno só é correto exigir o domínio do que houve de mais básico e fundamental no curso.»

Alaor Silvério Chaves, Física: mecânica, Rio de Janeiro, Reichmann & Affonso Ed., 2001, p. 9.



1 comentário:

  1. Que me perdoe o autor mas não concordo com o facto de os exames serem baseados em matéria mais básica do que a lecionada, como avaliar então a preparação de um estudante para o ano seguinte? Pura sorte ou estudo nas questões?, ou as duas coisas? Os manuais são certamente elaborados numa base equilibrada do conhecimento, de forma a serem intelectualmente acessíveis aos estudantes, tendo em conta o grau de dificuldade das matérias a serem ministradas no ano seguinte que supostamente será o mesmo, sendo que se vai acrescentar saber ao já adquirido. O importante, não é aquilo que se vai aprender de novo mas sim o que ficou para trás. Sou leiga nestes assuntos, mas, achei pertinente o assunto e por isso aqui fica a minha simples opinião.

    Luísa Cordeiro

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