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Escola Secundária José Saramago - Mafra

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A PALAVRA AO ALUNO III


Imagem daqui.


A importância do karaté


Karaté. A arte marcial mais praticada em todo o mundo. Apesar de ser uma arte que tem como base a luta pessoal, obedecendo a regras determinadas, para quem gosta e para quem incorpora o espírito do karaté (ou kimé, em japonês), a sua prática consegue produzir efeitos fenomenais, principalmente no que toca à alma do karateka.
Cada um fala da sua experiência, portanto é o que vou fazer, tentando criar argumentos que convençam as pessoas a praticar esta arte.
Antes de me ter tornado num karateka, nunca tinha encontrado algo que me permitisse descarregar toda a mágoa, raiva, frustração, tristeza, todos esses sentimentos que empurram as pessoas para um poço sem fundo. Se uma pessoa não encontrar algo que permita um alívio do lado negro que esses sentimentos provocam, nunca conseguirá levantar-se, olhar para a vida olhos nos olhos, e nunca logrará sair do poço que ameaça a sua vida. Eu passei demasiado tempo à procura da solução até que, finalmente, fui assistir a um treino de karaté. O sensei (professor da arte marcial) perguntou-me se eu queria experimentar. “Por que não?”, pensei eu. Visto que sou fã, não tinha razões para não experimentar. Comecei nesse treino, em Agosto de 2013, e, apesar de ainda ter passado pouco tempo, já não imagino a minha vida sem karaté. Em cada treino dou tudo o que tenho e mais um bocado e a verdade é que sinto que esses sentimentos negros desaparecem. Para mim é o antidepressivo mais eficaz. E tenho a certeza que não o único.
Falando diretamente para as pessoas com depressão, se vocês, tal como eu, sentem que consultas regulares na psicóloga e/ou psiquiatra e antidepressivos não são o suficiente, não desistam da procura da solução, pois isso seria desistir da vida e vocês não merecem pôr já um fim a isso. O suicídio pode ser algo de que nunca nos iremos arrepender, mas é um erro. E acreditem em mim, não sofrem após mas, se chegam a esse ponto, é porque têm demasiado sofrimento acumulado. Se pensar em vocês não é suficiente, pensem nas vossas famílias, amigos, tudo o que é importante na vossa vida. Isso tem de ter um grande peso nela e deve ser suficiente para não vos deixar desistir de procurarem a solução.

Eu sei que o que me ajudou pode não ter o mesmo efeito em vós, mas tentar não custa. Quem sabe, até pode ter os mesmos efeitos em vocês e, se tal não acontecer, pode ajudar-vos a encontrar a vossa cura. A depressão é terrível, sim, dá-nos vontade de desistir de tudo, sim; mas é eterna? Não. Espero, do fundo do coração, que este texto vos tenha ajudado, mas só vos peço uma coisa: não desistam da procura, não desistam da vida.

Frederico Saeed, aluno da Turma 12º CT1 desta Escola.


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