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Escola Secundária José Saramago - Mafra

sexta-feira, 17 de abril de 2015

FRADIQUE MENDES

 
Da esquerda para a direita, Eça de Queirós, Oliveira Martins, Antero de Quental, Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro.
Imagem daqui.



 "Michelet escrevia um dia, numa carta, aludindo a Antero de Quental: - «Se em Portugal restam quatro ou cinco homens como o autor das Odes Modernas, Portugal continua a ser um grande país vivo...» O mestre da História de França com isto significava - que enquanto viver pelo lado da Inteligência, mesmo que jaza morta pelo lado da Ação, a nossa pátria não é inteiramente um cadáver que sem escrúpulo se pise e se retalhe. Ora no Pensamento há manifestações diversas: e se nem todas irradiam o mesmo esplendor, todas provam a mesma vitalidade. Um livro de versos pode sublimemente mostrar que a alma de uma nação vive ainda pelo Génio Poético: um conjunto de leis salvadoras, emanado de um espírito positivo, pode solidamente comprovar que um povo vive ainda pelo Génio Político: - mas a revelação de um espírito como o de Fradique assegura que um país vive também pelos lados menos grandiosos, mas valiosos ainda, da graça, da vivaz invenção, da transcendente ironia, da fantasia, do humorismo e do gosto...

Nos tempos incertos e amargos que vão Portugueses destes não podem ficar para sempre esquecidos, longe, sob a mudez de um mármore. Por isso eu o revelo aos meus concidadãos - como uma consolação e uma esperança."

Eça de Queirós, A Correspondência de Fradique Mendes (Memórias e Notas), Edição Crítica das Obras de Eça de Queirós, Carlos Reis (coordenador), Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2014, pp. 196-197.



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