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Escola Secundária José Saramago - Mafra

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

CONSELHO, DE RUY CINATTI



Karen Knorr, The Grand Monkey Room 3The Grand Monkey Room 2.


CONSELHO

Não se perturbem com textos,
meus estudantes!

Aprendam a ler com os dedos
até doer.
Com o pensamento
até nada saber.

Tento, firmeza, dizer.
Palavras, tempo.

Aprendam a ler
o texto geral.

Voltem à Natureza, meus estudantes,
e ledos, lede
o que não se imprime.

Ruy Cinatti, Archeologia ad usum animae, Lisboa, Editorial Presença, 2000, p.62.




FILMINHOS INFANTIS - março de 2015

Imagem e todas as informações no sítio do


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

AGIR SEM AGIR: O SONHO IMPERIAL DE FERNANDO PESSOA E DE JULIUS EVOLA

Imagem e informações detalhadas aqui.



Esta é a quinta de uma série de conferências sobre tópicos pessoanos. Será proferida por Roberto Rolandone, no dia 23 de fevereiro de 2015, pelas 18h30, no Auditório da Biblioteca Nacional de Portugal.


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

CARNAVAL

Imagem daqui.

SAMBA DA BÊNÇÃO
(Baden Powell)

Cantado
É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não

Falado
Senão é como amar uma mulher só linda
E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão.

Cantado
Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração
Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não
Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não
Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração

Falado
Eu, por exemplo, o capitão do mato
Vinicius de Moraes
Poeta e diplomata
O branco mais preto do Brasil
Na linha direta de Xangô, saravá!
A bênção, Senhora
A maior ialorixá da Bahia
Terra de Caymmi e João Gilberto
A bênção, Pixinguinha
Tu que choraste na flauta
Todas as minhas mágoas de amor
A bênção, Cartola, a benção, Sinhô
A bênção, Ismael Silva
Sua bênção, Heitor dos Prazeres
A bênção, Nelson Cavaquinho
A bênção, Geraldo Pereira
A bênção, meu bom Cyro Monteiro
Você, sobrinho de Nonô
A bênção, Noel, sua bênção, Ary
A bênção, todos os grandes
Sambistas do Brasil
Branco, preto, mulato
Lindo como a pele macia de Oxô
A bênção, maestro Antonio Carlos Jobim
Parceiro e amigo querido
Que já viajaste tantas canções comigo
E ainda há tantas por viajar
A bênção, Carlinhos Lyra
Parceiro cem por cento
Você que une a ação ao sentimento
E ao pensamento
Feito essa gente que anda por aí
Brincando com a vida
Cuidado, companheiro!
A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado embaixo: Deus
E com firma reconhecida!
A vida não é brincadeira, amigo
A vida é arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida
Há sempre uma mulher à sua espera
Com os olhos cheios de carinho
E as mãos cheias de perdão
Ponha um pouco de amor na sua vida
Como no seu samba
A bênção, a bênção, Baden Powell
Amigo novo, parceiro novo
Que fizeste este samba comigo
A bênção, amigo
A bênção, maestro Moacir Santos
Não és um só, és tantos como
O meu Brasil de todos os santos
Inclusive meu São Sebastião
Saravá! A bênção, que eu vou partir
Eu vou ter que dizer adeus

Cantado
Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não
Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração

Vinicius de Moraes, Poesia Completa e Prosa, Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1998, pp. 806-809.



sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

AMOR E POLÍTICA


Ford Madox Brown (1821-1893), Romeo and Juliet.


"Amor e política são dois pólos unidos por um arco: a pessoa. A sorte da pessoa na sociedade política reflecte-se na relação amorosa e vice-versa. A história de Romeu e Julieta é ininteligível se se omitem as lutas senhoriais nas cidades italianas do Renascimento e o mesmo acontece com a de Larisa e Jivago fora do contexto da revolução bolchevista e da guerra civil. É inútil citar mais exemplos. Tudo se corresponde. A relação entre o amor e a política está presente ao longo da história do Ocidente. (...)

Se o nosso mundo há-de recuperar a saúde, a cura deve ser dual: a regeneração política inclui a ressurreição do amor. Ambos, amor e política, dependem do renascimento da noção que foi o eixo da nossa civilização: a pessoa. Não penso num impossível regresso às antigas concepções da alma; creio que, sob pena de extinção, devemos encontrar uma visão do homem e da mulher que nos devolva a consciência da singularidade e da identidade de cada um. Visão ao mesmo tempo nova e antiga, visão que veja, em termos de hoje, cada ser humano como uma criatura única, irrepetível e preciosa. Cabe à imaginação criadora dos nossos filósofos, artistas e cientistas redescobrir não o mais distante mas o mais íntimo e diário: o mistério que é cada um de nós. Para reinventar o amor, como pedia o poeta, temos que inventar outra vez o homem."

Octavio Paz, A Chama Dupla, Lisboa, Assírio & Alvim, 1993, p. 124.


DIA DOS NAMORADOS


Imagem daqui.



"... e só poder/ chorar por ter o que se temeu perder."

William Shakespeare, Os Sonetos de Shakespeare, tradução de Vasco Graça Moura, Bertrand Editora, 2007, p. 64.




VIII TORNEIO DE XADREZ DA ESJS



quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

AS QUATRO ESTAÇÕES


Le Printemps (Le Paradis Terrestre)


L'été (Ruth et Boaz)


L'Automne (La Grappe de raisin rapportée de la Terre Promise)


L'Hiver (Le Déluge)


As quatro estações, pintadas entre 1660 e 1664, são de Nicolas Poussin (1594-1665) e podem ser admiradas no Museu do Louvre.


A PALIDEZ DO DIA


Claude Monet, Route de Giverny en hiver (1885)



A palidez do dia é levemente dourada.
O sol de Inverno faz luzir como orvalho as curvas
                Dos troncos de ramos secos.
                O frio leve treme.

Desterrado da pátria antiquíssima da minha
Crença, consolado só por pensar nos deuses,
                Aqueço-me trémulo
                A outro sol do que este.

O sol que havia sobre o Parténon e a Acrópole
0 que alumiava os passos lentos e graves
                De Aristóteles falando.
                Mas Epicuro melhor

Me fala, com a sua cariciosa voz terrestre
Tendo para os deuses uma atitude também de deus,
                Sereno e vendo a vida
                À distância a que está.

                                                        19-6-1914

Fernando Pessoa, Odes de Ricardo Reis (notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor), Lisboa, Ática, 1946.


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

"QUEM CONTA UM CONTO... AO MODO DE SARAMAGO?!"





O Plano Nacional de Leitura, a Fundação José Saramago, a Rede de Bibliotecas Escolares, o Camões IP e a Porto Editora promovem o concurso "Quem conta um conto... ao modo de Saramago?!".
A presente edição, 2014-2015, tem como tema inspirador a obra Memorial do Convento, de José Saramago.
São convidados a participar os Alunos do 3º Ciclo e do Ensino Secundário, até ao dia 22 de maio de 2015.

A imagem e todas as informações, incluindo o regulamento, poderão ser encontradas no sítio do Plano Nacional de Leitura.