Antigo blogue do projeto novasoportunidades@biblioteca.esjs

Antigo blogue do projeto novasoportunidades@biblioteca.esjs, patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian
Escola Secundária José Saramago - Mafra

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

DA CONCISÃO XLII


Imagem daqui.



"Porque o mundo vai de maneira
que quem honra desejar,
convém-lhe sempre d'estar
inda que seja canseira,
sem ver, ouvir, nem falar."

Auto de Dom André, texto de autor anónimo quinhentista, com leitura, apresentação, regularização do texto, notas e glossário por Maria José Palla, Lisboa, IN-CM, 1993, p. 45, vv. 395-399.



quarta-feira, 26 de novembro de 2014

FESTA DOS LIVROS 2014




Como já é hábito nesta altura do ano, a Fundação Calouste Gulbenkian promoverá uma vez mais, no seu Edifício Sede, a Festa dos Livros.

De 27 de novembro a 23 de dezembro de 2014.

Das 10h00 às 20h00.



BIBLIOTECA JACQUES DELORS E PROJETO CARREIRAS INTERNACIONAIS

Imagem e informação aqui.


terça-feira, 25 de novembro de 2014

VISÕES DE PORTUGAL MEDIEVAL - III CONGRESSO INTERNACIONAL





O III Congresso Internacional - Visões de Portugal Medieval terá lugar no Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro, nos dias 26 e 27 de novembro. O programa poderá ser consultado aqui.



SEM PALAVRAS XXXVIII


Pedro Jóia, Dança Palaciana


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

PALAVRA DO ANO 2014

Imagem e informações detalhadas aqui.



À semelhança de anos anteriores, a Porto Editora desafia os portugueses a sugerirem qual é a 
palavra que marca o ano de 2014. Poderá participar até ao dia 30 de novembro, bastando aceder a www.infopedia.pt/palavra-do-ano 

No dia 1 de dezembro serão apresentadas as 10 palavras candidatas a palavra do ano. A partir dessa data e até 31 de dezembro de 2014, será aberto o período de votação.


terça-feira, 18 de novembro de 2014

ORLANDO FURIOSO




"Damas, cavaleiros, armas e amores,
cortesias e audazes feitos canto,
do tempo em que o mar Mouros vingadores
passaram, para França molestar tanto,
seguindo a ira e juvenis furores
do rei de África, Agramante, porquanto
ousou vingar a morte de Troiano
em rei Carlos, imperador romano.

Direi de Orlando, simultaneamente,
o que nunca foi dito em prosa ou rima:
por amor ficou furioso e demente,
tendo antes de sensato fama opima;
se a que quase me fez o equivalente,
e o pouco engenho sem cessar me lima,
permitir que eu conserve o requerido
para levar a bom fim o prometido.
(...)"
Início do Canto I de Orlando Furioso, de Ludovico Ariosto, tradução de Margarida Periquito, Lisboa, Cavalo de Ferro, 2007, p. 47.



domingo, 16 de novembro de 2014

JOSÉ SARAMAGO - 16 DE NOVEMBRO

José Saramago na Póvoa de Varzim, após o lançamento da obra Viagem a Portugal, em 1981.
Foto de Luís Severo, daqui.



"Na carreira de José Saramago, ao encontro da palavra poética segue-se o encontro do género privilegiado: o romance. Mas é essa palavra que o funda, semente lírica que faz vibrar a ideia, nessa vibração implicando o escritor que a produz, esse mesmo que é o sujeito activo do trabalho de escrita e que vimos erguer-se literariamente diante de nós com força maior nos livros de crónicas, seus traçados essenciais do caminho principal que se abriu na determinação cerrada de Manual de Pintura e Caligrafia. (...) Em 1980, com a publicação de Levantado do Chão, verifica-se que José Saramago escreve o seu primeiro grande romance, e isso não porque modifique o cânone da novelística (...) mas justamente porque, parecendo querer ir ao encontro do romance como género narrativo paradigmático, ergue afinal uma obra que desse paradigma assume o fundamental, mas onde o fundamental se transfigura pela acumulação da experiência literária anterior, intensa e diversa, disso resultando uma proposta de urdidura ficcional muito específica que imediatamente vai ao encontro da sensibilidade fascinada dos leitores contemporâneos. (...)

A nosso ver, o encontro da específica forma romanesca praticada por José Saramago é-lhe em grande parte proporcionada pela concepção do tempo. Este é o tempo da gesta (atitude activa do herói-sujeito, que o narrador quase mais não faz que contemplar, descrevendo) e o da sucessão inexorável (que destrói, mas também transformando cria); e desta conjunção entre continuidade temporal e intervenção humana vai Saramago extrair uma noção de alteridade que, arrancada à sua marca simbolista de patologia e impossibilidade e à conotação de um plural indeciso de escolhas e certezas veiculada (...) pela sucessão dos modernismos, é a proposta de diálogo entre todo o diverso, ou melhor, de conjunção acertada e dramática das várias condições que situam o homem no mundo, seu entrecruzar doce e fecundo, sua irreparável desarmonia que se deplora e compensa em literatura. (...)

Esta forma-romance vai ter uma realização ímpar nesse que é já um dos textos mais célebres da literatura portuguesa de todos os tempos: Memorial do Convento (1982). É este texto que vem clarificar as condições teóricas da capacidade que a literatura tem de representar o mundo, na concepção romanesca de José Saramago. (...) Memorial do Convento, que relata a gesta dos operários setecentistas que construíram o Convento de Mafra - por determinação do rei que, vendo satisfeito o seu desejo de conseguir um herdeiro, o manda edificar em obediência a voto religioso -, vai ocupar-se também do feito singular, relativamente anedótico mas inaugural, da construção da «Passarola» pelo Pe. Bartolomeu de Gusmão. (...)"

Maria Alzira Seixo, O Essencial sobre José Saramago, Lisboa IN-CM, 1987, pp. 38-42.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

MANOEL DE BARROS (1916-2014)

Imagem daqui.



9.
De noite passarinho é órfão
para voar. Não enxerga
nem o pai das vacas
nem o adágio dos arroios.
Seu olho de ovo emaranha com folhas.
No escuro não sabe medir direção e trompa nos paus.
Passarinho é poeta de arrebol.

Manoel de Barros, "Seis ou treze coisas que eu aprendi sozinho", Compêndio para Uso dos Pássaros, Vila Nova de Famalicão, Quasi Edições, 2007, p. 308.



terça-feira, 11 de novembro de 2014

DA CONCISÃO XLI


O anjo sorridente da catedral de Reims.
Imagem daqui.



"Foram-me dadas asas, mas onde está o ar para onde eu possa voar?"

Jón Kalman Stefánsson, A Tristeza dos Anjos, Cavalo de Ferro, 2014, p.198.



segunda-feira, 10 de novembro de 2014

ANTÓNIO LOBO ANTUNES - "bon qu'à ça"!


Ginger Rogers e Fred Astaire, no filme Swing Time (1936), de George Stevens



"Há anos o Libération ressuscitou aquele inquérito dos surrealistas, Pourquoi écrivez-vous? Havia pessoas que respondiam uma página inteira. A resposta mais curta era do Beckett, Bon qu'à ça. Eu digo que escrevo porque não sei dançar como o Fred Astaire. Se soubesse dançar como ele escusava de escrever. Não quer dizer que trabalhasse menos. Escrever é a mesma coisa. O Renoir sustentava que não há talentos, há bois. Mas há muito poucas pessoas com talento. Já reparou no deserto? Compare com o século XIX em que tinha 30 génios ao mesmo tempo. Na Rússia, de repente, Tolstoi, Dostoievski, Gogol, Pushkin, Lermontov, podemos continuar. Em França uma data deles, em Inglaterra. Agora não há."

Entrevista de Isabel Lucas a António Lobo Antunes, suplemento Ípsilon do jornal Público, 7/ 11/ 2014, p.8.


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

LANZAROTE - A JANELA DE SARAMAGO


Lanzarote, a Janela de Saramago, de João Francisco Vilhena.
Imagem daqui.



A exposição de fotografia "Lanzarote - A Janela de Saramago", de João Francisco Vilhena, será inaugurada no dia 8 de novembro de 2014 e estará patente até ao dia 3 de janeiro de 2015, na Cooperativa de Comunicação e Cultura - Salas Câmara Escura e Câmara Clara, em Torres Vedras.

Todas as informações poderão ser consultadas no sítio da 

 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

LOUCAMENTE

Imagem e informações detalhadas aqui.


Exposição sobre o bem-estar da mente, cujo objetivo é substituir o preconceito pelo conhecimento e o estigma pela compreensão.

 Para visitar no Pavilhão do Conhecimento até setembro de 2015.


terça-feira, 4 de novembro de 2014

O ESTALEIRO DA ESCRITA



Imagem daqui.


« Plus tu avances, plus tu vas vers des choses douces. Le plâtre, ensuite les enduits, fins et souples à travailler et au final les crèmes et la peinture, agréables à l'oeil. Et en même temps, je réfléchis. C'est le principe de tout travail : la préparation. Même dans les romans.»


Nan Aurousseau (1951), canalizador e escritor francês, numa entrevista à revista Nouvel Observateur,1-7/ 04-2010


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

JÓIAS DA CARREIRA DA ÍNDIA




"Dá-se a conhecer nesta exposição um impressionante conjunto de várias dezenas de peças de ouro e prata, delicadamente trabalhadas e enriquecidas com preciosas gemas e esmaltes de cores vibrantes. Objectos preciosos que não surgem isolados, para serem fruídos apenas pelos seus méritos artísticos ou valor material, mas contextualizados e enquadrados nas dinâmicas dos tempos que os viram nascer. Um conjunto de obras que nos surpreende e que, como Mendes Pinto, nos levam a dizer: que em meus dias nunca vi cousa tão maravilhosa."

Do sítio do Museu do Oriente - aqui.